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BÁRBARA FONTES CONVERSA COM JOÃO CARLOS CALDEIRA

Produzir um evento de grandes proporções não é tarefa fácil. Superar as expectativas do público, dos parceiros e colaboradores, da imprensa, e principalmente, da pessoa que idealizou é mais difícil ainda. Cada edição finalizada é um desafio superado, mais uma experiência para pôr na conta, e já pensar no evento do próximo ano. Assim segue a vida de João Carlos Caldeira, administrador de empresas e professor do curso de Gastronomia, e idealizador do Pantanal Cozinha Brasil, evento de gastronomia mais importante de Mato Grosso que gera emprego e renda para centenas de pessoas, também promove capacitações e intercâmbios culturais.






O Blog da Bárbara Fontes conversou com João Carlos durante o evento, realizado entre os dias 11 e 12 de outubro, no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá (MT).




Blog da Bárbara Fontes: O que representa o Pantanal Cozinha Brasil para o estado de Mato Grosso, e também para o senhor?

João Carlos Caldeira: Nós estamos na quarta edição e a ideia é valorizar a nossa cultura, os nossos produtos e a nossa gastronomia. Este ano nós tivemos mais de 50 atividades entre workshops, degustações, palestras, jantares magnos especiais, oficinas de culinária prática e oficinas de confeitaria. Tudo isso foi possível junto aos nossos parceiros como o Sebrae, Sesc, Senac, Sesc Pantanal, Univag entre outros, e a gente faz um movimento em prol da cultura gastronômica. A gente também traz alguns convidados de renome para trazer novas técnicas para Mato Grosso, e ao mesmo tempo levar a nossa cultura, nossos produtos e os nossos produtores para todo o Brasil. Eu fico muito feliz em poder reunir tudo isso em dois dias intensos para valorizar o nosso Estado.





BBF: Quando vocês começarão a se reunir para pensar na organização da edição de 2020?

JCC: Ainda neste mês de outubro, a gente faz um balanço do evento, dos erros e acertos com os nossos parceiros, e a partir de novembro já começamos a pensar na quinta edição. Praticamente levamos um ano antes para organizar tudo porque a gente precisa da agenda dos chefs nacionais, que são bem disputados em eventos, e às vezes tem de fechar com eles, oito meses antes. As empresas que nos apoiam possuem planejamento anual, e os contatos precisam acontecer com antecedência. E temos de pensar no tema da próxima edição e o ingrediente principal. Este ano, o ingrediente foi a banana, e no ano passado foi a mandioca. Também temos o homenageado do ano. Ano passado homenageamos a Leila Malouf, e este ano, Jean Biancardini. Então, no mês que vem a gente já começa a planejar a quinta edição do Pantanal Cozinha Brasil.





BBF: Professor João, o que mudou na sua vida a partir do momento em que decidiu realizar o Pantanal Cozinha Brasil?

JCC: A motivação. É gostoso acordar pela manhã e falar: “puxa, eu estou tentando fazer alguma coisa que eu gosto, que é a minha paixão, e de alguma forma, ainda estou deixando alguma coisa para a população e para Mato Grosso”. De alguma maneira, mesmo que infimamente, eu estou colaborando com a Cultura, com os produtos e com a gastronomia do meu Estado.






BBF: Qualquer evento tem etapas até a sua realização de fato. Quantas pessoas trabalham direta e indiretamente neste evento?

JCC: Nesses dois dias, a gente gerou cerca de 900 empregos diretos, entre artesões, montadores, som, apoio e serviços.




BBF: É uma cadeia produtiva, né?

JCC: Isso! É um evento que envolve um monte de gente; envolve o entregador do caminhão que traz o material, o montador, o marceneiro, as pessoas que ficam aqui nos estandes, os artesões, os palestrantes convidados, os serviços de Uber, taxi, hotel, restaurantes, enfim, envolve toda a cadeia produtiva.




BBF: Quantas pessoas circularam nos dois dias de evento?

JCC: A nossa expectativa era cerca de 4 mil pessoas nos dois dias, mas nós superamos esse número para 5 mil pessoas circulando.





BBF: Você é administrador de empresas, como fica a sua carreira profissional com tanta dedicação a um evento de gastronomia, considerado um dos mais importantes de Mato Grosso?

JCC: A minha formação é Administração de Empresas, e sou professor do curso de Gastronomia na Unic [Cuiabá] e na Univag [Várzea Grande]. Também tenho um pequeno negócio, de prestação de serviço na área de culinária. E a gente sobrevive.





BBF: A impressão que dá é que um administrador de empresas lida mais com o lado racional, e a gastronomia tem de lidar mais com a emoção e os sentidos. Como conciliar tudo isso?

JCC: Administração é método, planejamento, matemática e controle; e na Gastronomia tem mais liberdade artística e poética, de poder criar produtos e pratos. E acho isso muito bacana!


Foto de capa/Crédito: Rita Comini


Confira matéria original:

https://blogdabarbarafontes.com/2019/10/23/gastronomia-4/#modal-container






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